A psicoterapia existencial nasceu como resposta ao reconhecimento crescente de que os modelos psicoterapêuticos convencionais muitas vezes ignoravam as questões profundas e preocupações existenciais com as quais os indivíduos têm de lidar nas suas existências.
Neste sentido ela considera as complexidades inerentes à existência humana e centra-se no valor de que cada pessoa é responsável por criar significado nas suas vidas, mesmo perante desafios, dilemas e o imperativo último da nossa finitude e mortalidade.
Neste sentido, o ser humano é compreendido não tanto através da combinação de processos mentais relativamente estáveis, estruturas intrapsíquicas, qualidades ou rótulos, mas como um ser-no-mundo que está em mudança, num constante vir-a-ser, desenvolvendo-se por meio de um processo de vida corpóreo e intersubjectivo que vai evoluindo indefinidamente em diferentes contextos, processo este que é finito e que condensa em si o self e o mundo, numa totalidade holística, intrincada e indivisível.
Esta psicoterapia foi beber às ideias da fenomenologia, fundamentalmente na importância de se evidenciarem as experiências na “primeira pessoa”, bem como a compreensão de como os processos e atos da consciência, criam significado sobre as situações, as coisas ou as vivências. A ideia e perspetiva que a fenomenologia providenciou acabou por influenciar o florescimento do existencialismo e das suas diversas tradições que se passaram a focar nos “dados da existência”, ou seja, factos que não podemos evitar ou mudar mas que acompanham todos os seres humanos durante as suas vidas como a morte, a liberdade, a responsabilidade, a ansiedade, as escolhas, a temporalidade, a relação com os outros, a busca de significado ou o sentido que cada um constrói e reconstrói sobre as experiências que vive. Pese embora a inevitabilidade destes “dados” ser por vezes perturbadora, desafiante e ansiogénica, ela é fundamental para se realmente compreender o que significa viver uma vida humana.
Trata-se assim de uma abordagem única que pesquisa e escrutina o fenómeno psíquico da perspetiva fenomenológico-existencial. Inclusive, as formas de “psicopatologia” de acordo com a perspetiva existencial, passam a ser entendidas como uma manifestação dos “problemas do existir”, expressando as tentativas de cada indivíduo lidar com as ansiedades e as perturbações que emergem da sua condição.
Neste sentido, todas as formas de psicopatologia são modos próprios de tentar encontrar uma “solução” para as questões existenciais. Em suma, o interesse é muito mais focado nas experiências subjetivas, nas escolhas, responsabilidades, relações e contextos dos indivíduos, do que em diagnósticos explicativos sobre o funcionalmente da sua personalidade.
De uma maneira geral, a psicoterapia existencial envereda por uma busca filosófica e uma profunda exploração da experiência humana no sentido de compreender o ser humano e o seu lugar neste Planeta, facilitando o seu encontro com uma existência mais autêntica e significativa.
Formar sujeitos críticos, com uma visão sobre o mundo, que interrogam os seus pressupostos teóricos em permanência, com competências clínicas e de investigação científica.
Temos todo o gosto em falar consigo e responder às suas questões e dúvidas.