Tem sido patente, a nível internacional, uma exigência crescente no sentido da psicoterapia comprovar os resultados da sua acção e estabelecer-se como disciplina que segue os mais rigorosos critérios científicos. A necessidade de responder a esses requisitos é imposta por diferentes públicos. Da população em geral, passando pelos gestores de serviços de saúde, profissionais de saúde mental, até às próprias instituições ligadas à psicoterapia.
Em parte, esta é uma das razões pela qual a investigação científica em psicoterapia, tem tido um aumento exponencial nas últimas décadas. No entanto, este crescimento não está isento de algumas problemáticas: o enorme hiato que continua a separar investigadores e psicoterapeutas; a adopção de metodologias de investigação dissociadas da realidade da prática clínica; a aposta em desenvolver estudos que produzam manuais standard de aplicação psicoterapêutica; a concentração excessiva em procurar comprovar a utilidade da psicoterapia, tendo como único critério de validade a eficácia, são exemplos de algumas opções controversas. Não obstante esta realidade, é notária a necessidade em continuar a desenvolver estudos científicos na área e a debater estas e outras questões que atravessam esta área do saber.
A Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial considera que a investigação em psicoterapia é uma componente importante da formação e do desenvolvimento dos psicoterapeutas. Nenhuma área do saber se pode desenvolver sem promover uma perspectiva crítica sobre o seu saber e a sua prática, sem interrogar permanentemente os seus pressupostos epistemológicos.
A SPPE promove igualmente programas de investigação científica em psicoterapia, associando-se com universidades e académicos, nacionais e internacionais. Do ponto de vista da formação, a relação prática clínica – investigação, tem as seguintes finalidades:
Contribuir para a construção do conhecimento teórico e prático da psicoterapia;
Promover competências de investigação dos psicoterapeutas;
Aprofundar o rigor na aplicação de diferentes metodologias de investigação em psicoterapia;
Incluir a investigação científica como instrumento de aprendizagem dos formandos de psicoterapia;
Potenciar estudos que tenham por base uma relação directa com a prática clínica, contribuindo directamente para o know-how dos psicoterapeutas.
Formar sujeitos críticos, com uma visão sobre o mundo, que interrogam os seus pressupostos teóricos em permanência, com competências clínicas e de investigação científica.
Temos todo o gosto em falar consigo e responder às suas questões e dúvidas.